segunda-feira, 27 de agosto de 2012

EXERCÍCIOS ÍNTIMOS E SEXUALIDADE




EXERCICIOS ÍNTIMOS  E SUA CONSEQUÊNCIA NA SEXUALIDADE


            O que é disfunção sexual?
A disfunção sexual (DS) é a incapacidade de participar do relacionamento sexual com satisfação. Estas disfunções, segundo Abdo (2010), ocorrem em homens e mulheres, e são ocasionadas por falta, excesso, desconforto e/ou dor na expressão e no desenvolvimento da resposta sexual normal.

Pesquisas:
Resultados da Pesquisa Nacional de Saúde e Vida Social (NHSLS) mostram que entre 30 e 50% de mulheres americanas têm algum tipo de disfunção sexual.
No Brasil, o Estudo da Vida Sexual do Brasileiro (EVSB), no qual foram pesquisadas 3.148 mulheres em 18 cidades, observou que 51% delas referiam alguma disfunção sexual.
Em estudo semelhante, foi encontrado 49% das mulheres com pelo menos uma disfunção sexual, sendo o desejo sexual hipoativo (26,7%) o mais encontrado, seguido de dispareunia (23,1%) e disfunção orgástica (21%).

Causas das DS femininas:
As causas de disfunção sexual nas mulheres são multifatoriais, envolve:
1- aspectos físicos, psicológicos, sociais;
2- idade acima de 44 anos;
3- déficit de estrogênio pela menopausa;
4- cirurgias vaginais;
5- disfunções sexuais do parceiro;
6- crença religiosa e educação familiar;
7- desemprego e uma baixa percepção da qualidade de vida.
8- cansaço excessivo;
9- consumo de álcool ou drogas;
10- gravidez;
11- doenças crônicas;
12- desuso da musculatura perineal, dos músculos do assoalho pélvico (MAP).
  
Alterações nos MAP como fraqueza muscular e alteração de sensibilidade local, assim como o desuso muscular contribuem para a disfunção ou incapacidade e ter orgasmo vaginal e clitoridiano.

Autores afirmam que muitos conflitos interpessoais podem influenciar na excitabilidade sexual, como relacionamento extraconjugal, ofensa verbal ou sexual, ausência da libido sexual e desejo, prática diferentes do parceiro, pouca comunicação sexual. Estresses do cotidiano como problemas financeiros, familiar ou trabalho, doença ou morte na família, e depressão também podem influenciar na sexualidade.
Quanto maior a intimidade com o parceiro menor a aflição sexual!

Como a fisioterapia ajuda na sexualidade?

A realização de exercícios com os MAP podem promover melhora no orgasmo vaginal e clitoridiano, pois estes aumentam a força muscular local, relaxam os músculos tensos e melhoram a sensibilidade vaginal na penetração, ocasionando aumento da sensação de prazer, e consequentemente aumentará o desejo e da lubrificação, melhora o desempenho sexual, e favorece a excitação e orgasmo.

A questão sexual desempenha um papel essencial na saúde da mulher, visto que a Fisioterapia atua através de exercícios e orientações, promovendo deste modo o fortalecimento da musculatura. O aumento da satisfação sexual feminina promove maior intimidade e bem-estar entre o casal, sendo assim, a melhora da vida sexual reflete na autoestima, relação social, confiança, personalidade e segurança.


Autora: Fabiane Dell` Antônio

Referências utilizadas: Virginia P. Piassarolli et al.,2010; Carmita Abdo, 2010; Basson, 2000; Nancy, Philipps, 2000; Belotti, 2001; Muller, 2002; Bianco, 2006.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012



ATUAÇÃO  DA  FISIOTERAPIA  EM  SEXOLOGIA


Há algumas situações que podem prejudicar a resposta sexual normal, como algumas doenças agudas ou crônicas, medicamentos, tabagismo e etilismo, anomalias genéticas ou congênitas, traumas físicos e sequelas cirúrgicas.
Pesquisadores afirmam que a resposta sexual é composta pela interação de fatores psicossociais, físicos e familiares, e estes compõem-se de quatro fases (desejo, excitação, orgasmo e resolução). A interrupção, por vários fatores, em uma ou mais destas fases determinam disfunção sexual.
O fisioterapeuta em Sexologia atua preferencialmente nos músculos íntimos, chamados de Músculos do Assoalho Pélvico (MAP).

   Fig. MAP feminino

Estes músculos apresentam várias funções em homens e mulheres, como suportar os órgãos pélvicos, estabilizar o sacro, o cóccix e o tronco inferior, oferecendo desse modo suporte à postura em pé e na marcha, assim como a estabilização pélvica e resistência à súbitas elevações da pressão intra-abdominal. Participa da eliminação de urina e fezes, faz “suporte” durante a gestação e parto, e contribui na sexualidade masculina e feminina. Visto que as dores pélvicas, prolapsos genitais, disfunções na micção e defecação, e disfunções sexuais podem ocorrer por vários fatores, sendo que manifestam-se em qualquer idade no homem e mulher.

O papel da fisioterapia é...
A fisioterapia melhora músculos, circulação e nervos, deste modo sua atuação em sexologia vem se destacando de forma eficiente e natural. Observa-se que durante e após o tratamento da fisioterapia os pacientes desenvolvem e aprendem sobre sua sexualidade, além de tratar suas disfunções sexuais. A fisioterapia especializada promove o aumento da força muscular, favorece o fluxo sanguíneo pélvico, a mobilidade pélvica e a sensibilidade peniana e clitoriana, assim como potencializa a excitação, o desejo sexual, a lubrificação e o orgasmo masculino e feminino.
           
            Como a fisioterapia atua...

            A fisioterapia em sexologia utiliza recursos como eletroterapia, biofeedback, massagem perineal, exercícios de Kegel, reeducação postural e sexual, ensino da anatomia e função sexual, entre outros. Todas estas técnicas são utilizadas para melhorar a função e a percepção corporal de homens e mulheres.  
Pesquisas mundiais afirmam que os exercícios realizados nos músculos íntimos, através da fisioterapia promovem o aumento da atividade muscular, a propriocepção e conscientização, assim como o seu controle voluntário, favorecendo desse modo a atividade sexual, além de agir de modo profilático na saúde dos músculos do períneo. Ainda sobre a atuação da fisioterapia nos MAP, observou-se que aumenta o relaxamento muscular, normaliza o tônus, diminui a dor na penetração e após, melhora a ereção, aumenta a elasticidade vaginal e peniana, desensibiliza pontos dolorosos, e diminui o medo da penetração.
Etienne (2010) observou após o tratamento da fisioterapia nos MAP evidências significativas de melhora da força, função e volume muscular, melhora do tônus e de resposta contrátil, quando avaliados por meio de teste manual, perineômetro, eletromiografia (EMG), ultrassonografia (USG) ou ressonância nuclear magnética, ou seja, o efeito benéfico da fisioterapia na sexologia é comprovada cientificamente.
Procure um FISIOTERAPEUTA especializado e tenha uma vida sexual saudável e feliz!
Fisioterapeuta Fabiane Dell` Antônio

Fonte: Difiore (2000); Etienne, Waitman (2006); Etienne, Waitman (2007); Ferreira, Souza, Amorim (2007); Henscher (2007); Chiarapa; Cacho; Alves (2007); Baracho (2007); Rosenbaum, (2007); Moreno (2009); Antonioli, Simões (2010); Piassarolli et al. (2010).




quinta-feira, 26 de julho de 2012

ATENDIMENTO NO CONSULTÓRIO



ÁREA DE ATUAÇÃO NA PRÁTICA CLÍNICA

Dra. Fabiane Dell` Antônio atua como fisioterapeuta nas áreas de
·         UROLOGIA – disfunções miccionais em homens e mulheres;
·         GINECOLOGIA – disfunções ginecológicas em mulheres;
·         SEXOLOGIA – disfunções sexuais causadas por alterações musculares em homens e mulheres;
·         CONSULTORIA – consultoria em sexualidade individual ou casal (comportamento, exercícios e atitudes para melhorar o sexo, uso de produtos de sex shop, orientações preventivas e de tratamento após avaliação, entre outros).


 
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
Esta ocorre individualmente e tem duração de 50 minutos,  sendo que é realizado uma entrevista e avaliação física, se necessário.
Esta avaliação ocorre com dois objetivos: preventivo e reabilitativo:
      1-   Com disfunção: entrevista e avaliação física relacionada à disfunção apresentada, com orientações e explicações sobre a necessidade ou não de tratamento fisioterapêutico, e este divide-se em contínuo (semanal) ou periódico (intervalo maior de 15 dias);
2-   Sem disfunção, para conhecimento e prevenção: entrevista e avaliação física, com orientações explicativas sobre sua anatomia, orientações de como evitar lesões futuras, e melhorar ainda mais sua sexualidade.

PRINCIPAIS DISFUNÇÕES ATENDIDAS NO CONSULTÓRIO
·         Dor na relação sexual o após em homens e mulheres – dispareunia;
·         Impossibilidade ou dificuldade de penetração em mulheres – vaginismo;
·         Alterações do desejo sexual em homens e mulheres;
·         Alterações na lubrificação vaginal;
·         Diminuição ou ausência do orgasmo em homens e mulheres;
·         Vagina frouxa – flácida;
·         Gases vaginais;
·         Disfunção de ereção masculina;
·         Ejaculação precoce;
·         Incontinência urinária;
·         Incontinência fecal;
·         Retenção urinária;
·         Bexiga hiperativa – Instabilidade vesical;
·         Prolapsos (quedas de órgãos pélvicos).


Fisioterapeuta Fabiane Dell` Antônio

Atua em consultório na área de sexualidade e ginecologia há mais de 10 anos;
 Professora Universitária há 13 anos;  
  Palestrante em Sexualidade Humana há 2 anos;
Especialização em Neuropsicologia e Aprendizado – PUC / PR
Mestrado em Ciências da Saúde Humana – UnC / SC
Esp. em Fisioterapia em Uroginecologia  – CBES / PR
  Esp. em Sexualidade Humana – USP / SP
       

PERDA DE URINA NO SEXO







PERDA DE URINA NO SEXO

Os Músculos do Assoalho Pélvico (MAP) apresentam várias funções, como suportar os órgãos pélvicos, estabilizar o sacro e cóccix, e o tronco inferior, oferecendo desse modo suporte à postura, estabilização pélvica e resistência a súbitas elevações da pressão intra-abdominal. Além de controlar os esfíncteres para manter a continência (controle urinário), estes músculos possuem participação no desempenho e prazer nas atividades sexuais, assim como a função de “suporte” durante a gestação e o parto na mulher.  
                                    

MAP masculino

                                                                                                         

MAP feminino
       
Hábitos urinários e defecatórios inadequados na infância podem ocasionar em homens e mulheres a hipertonia (tensão) dos MAP. Este estado muscular pode contribuir para o surgimento de retenção urinária, constipação crônica, instabilidade vesical (ir muito ao  banheiro dia e/ou noite), urgência miccional (ir com urgência urinar para não perder urina), disúria (dor ao urinar), vaginismo (dificuldadade ou impossibilidade de penetração na mulher) e dissinergia (manter tenso os MAP quando precisa relaxar, ex: defecação), entre outros.
Disfunções nos MAP de homens e mulheres podem ocasionar perda involuntária de urina, e a longo prazo disfunção sexual.
A perda involuntária de urina, ou incontinência urinária (IU) durante a relação sexual tem uma prevalência média de 22%. Sendo que as perdas urinárias foram descritas em diferentes situações da relação sexual. A perda de urina no sexo é possível a fatores anatômicos, fisiológicos, psicológicos e emocionais. Estas pessoas que perdem urina neste momento agem de modo a evitar a relação sexual, já que podem apresentar odor, vaginite (na mulher), cistite, diminuição da lubrificação, atrofia muscular local, e dispareunia.
                   A IU pode ocorrer durante a penetração, orgasmo ou ambos
1-      A IU durante a penetração pode ser devido ao deslocamento anterior da bexiga e da parede vaginal (mulher), ou devido ao aumento da pressão intra-abdominal (mulher e homem).
Neste caso é comum ocorrer a perda de urina em mulheres que apresentam prolapso, em especial a queda da bexiga ou da parede anterior da vagina. E no homem é mais comum alterações ou retirada da próstata. Em ambos os casos é muito comum a musculatura local (MAP) estar muito fraca. Observa-se que, além da mulher e homem perderem urina na penetração, eles costumam perder urina em atividades que aumentam a pressão intra-abdominal, como na tosse, espirro, risada, esforço para evacuar e atividades físicas. Visto que, durante o ato sexual é comum fazermos este aumento da pressão de forma inconsciente.
Na figura abaixo está demonstrado que ao aumentar a pressão intra-abdominal ocorre um deslocamento desta pressão em direção à bexiga, e se os músculos não estão fortes ocorre perda de urina neste momento.


2-       Já a IU durante o orgasmo pode ocorrer devido a contrações involuntárias do detrusor (músculo da bexiga) ou por contrações vesicais (da bexiga) com relaxamento ureteral.
Na prática clínica verificou-se pacientes homens e mulheres com este problema, com atendimento já realizado entre as idades de 15 à 68 anos, e em muitos casos estes não tinham realizado nenhuma cirurgia. Mas apresentavam história de instabilidade vesical, e os principais sintomas citados foram: faziam xixi na cama de criança (acima de 5 anos), desde jovens precisam ou precisavam ir ao banheiro urinar várias vezes ao dia e/ou noite, apresentam em alguns casos urgência em urinar, e na avaliação dos MAP observou-se enfraquecimento muscular.


Fig. Instabilidade Vesical - bexiga hiperativa



EM AMBOS OS CASOS DE PERDA DE URINA NO SEXO RECOMENDA-SE REABILITAÇÃO DOS MAP E DA BEXIGA COM A FISIOTERAPIA NAS ÁREAS DE UROLOGIA E SEXOLOGIA!


Fonte: Fabiane Dell` Antônio.
Pesquisa realizada em trabalhos dos seguintes autores: Difiore (2000); Henscher (2007); Rosenbaum (2007); Henscher (2007); Higa et al., (2008) apud Sousa (2011); Henscher (2007); Souza (2009); Shaw (2002); Etienne (2010); Zahariou, Karamouti, Papaioannou (2008).

terça-feira, 24 de julho de 2012

LUBRIFICAÇÃO VAGINAL

DIMINUIÇÃO DA LUBRIFICAÇÃO VAGINAL


A lubrificação vaginal é produção natural de um líquido lubrificante na vulva e canal vaginal, que reduz a fricção durante a atividade sexual. Considera-se como sendo a primera fase da resposta sexual feminina e também da excitação (equivalente à ereção masculina).
A lubrificação vaginal pode ser alterada por fatores hormonais, musculares, emocionais, gravidez, monopausa, doenças, envelhecimento, e outros.

Estudos indicam que o enfraquecimento ou lesões dos músculos íntimos podem ocasionar dor na relação, diminuição do desejo sexual, dificuldade na lubrificação e de orgasmo. Então a mulher sente a vagina seca, mesmo em estado de excitação. Mas quando a mulher não está com desejo e excitada, a lubrificação não ocorre, e desta forma não há modulação vaginal para receber o pênis, e assim pode ocasionar desconforto e dor na penetração, e como consequência irá diminuir o desejo, excitação e lubrificação, tornando-se um ciclo. E como resultado uma disfunção sexual grave!
Deste modo, se a mulher manter por algum tempo penetração com secura vaginal, ou seja, falta de lubrificação, esta poderá ocasionar dor na penetração, e inconscientemente ela irá desenvolver falta de desejo sexual, evitando intimidade com o companheiro.
            Infelizmente observa-se na prática clínica que as mulheres não se expressam para os companheiros, seja por vergonha, inibição ou desconhecimento. E em contrapartida, muitos homens não percebem que sua companheira está apresentando desconforto na relação sexual, que está insatisfeita! Certa vez um paciente homem me perguntou: como posso observar se minha esposa está gostando? Respondi que é muito importante o diálogo após a relação, e durante a mesma deve-se observar se a mulher se cotrai, se tensiona, pois isto indica que ela está sentindo algo ruim, como dor. Um modo importante de que a mesma sente dor é quando for ocorrer a penetração na vagina e a mulher “fecha” inconscientemente a mesma.

Antoniole, Simões (2010) pesquisaram 300 mulheres e observaram que 26% tem alteração do orgasmo, 15% do desejo sexual e 15% tem alteração na lubrificação vaginal.
Na prática clínica observa-se que muitas mulheres que apresentam esta queixa (secura vaginal) possuem alterações musculares da vagina, como: vagina muito apertada (tensão muscular), sendo comum os sintomas de dor e dificuldade na penetração; e fraqueza vaginal (flacidez muscular), sendo comum os sintomas de sensação de vagina frouxa, gases vaginais, e falta de sensibilidade na penetração, entre outros.

Fonte: Fabiane Dell` Antônio

SEXUALIDADE HUMANA

SEXUALIDADE HUMANA – qualidade de vida para mulheres e homens

A sexualidade é vista como uma manifestação afetiva importante na preservação e no fortalecimento do casamento e da intimidade individual.

A sexualidade manifesta-se em todas as fases da vida do ser humano, ou seja, do nascimento até a morte. Durante a maior parte da história da humanidade a sexualidade foi negada, em especial entre os povos ligados às tradições judaicas e cristãs. A interpretação da igreja, que há tantos séculos vem influenciando nossa cultura, considera o sexo como um mal necessário, admissível apenas por ser indispensável à reprodução da espécie.
Há algumas situações que podem prejudicar a resposta sexual normal, como algumas doenças agudas ou crônicas, medicamentos, tabagismo e etilismo, anomalias genéticas ou congênitas, traumas físicos, alterações dos músculos íntimos, sequelas cirúrgicas, entre outros.
Para muitos pesquisadores da área de sexologia, a resposta sexual é composta pela interação de fatores psicossociais, físicos e familiares, e estes compõem-se de quatro fases (desejo, excitação, orgasmo e resolução). A interrupção, por vários fatores, em uma ou mais destas fases determinam disfunção sexual.
Na mulher os transtornos de qualquer uma das fases da resposta sexual (desejo, excitação, orgasmo e resolução) podem estar associados à dispareunia (dor na penetração) e/ou vaginismo (dificuldade e/ou impossibilidade de penetração). Estas disfunções podem resultar em profundas angústias pessoais e conjugais, interferindo nas relações interpessoais e na qualidade de vida.

            Os fatores básicos que influenciam a sexualidade humana (Both e Benincá, 2010), são:
1-      Saúde física;
2-      Preconceitos sociais;
3-      Autoestima;
4-      Conhecimento sobre sexualidade;
5-      Status conjugal.
Nesse sentido, a ocorrência de alguma experiência negativa de um dos indivíduos, disfunção sexual de um dos parceiros, insatisfação sexual individual e com o parceiro ocasionam afastamento emocional e físico do casal.
Na mídia, a indústria do orgasmo divulga a ideia de que o prazer sexual é o instrumento para se obter saúde, equilíbrio emocional e felicidade. A observação cientifica, porém, demonstra o contrário: apenas as pessoas saudáveis e emocionalmente equilibradas conseguem, de fato, a satisfação sexual (Abdo, 2010).  Deste modo, observa-se a importância do conhecimento individual da sexualidade como um todo, evitando o equívoco de confundir transtornos da sexualidade com disfunções genitais e meramente físicas.
Fonte: Piato (1997); Moreno (2009); Ferreira, Souza, Amorim (2007); Basson (2001); Basson (2004); Abdo (2010).
           


quarta-feira, 27 de junho de 2012

HIPERTONIA DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO


O que é hipertonia?
Os músculos em repouso permanecem num estado de semicontração ou de tensão, chamado de tônus muscular. Este pode aumentar (hipertonia) ou diminuir (hipotonia), de modo voluntário ou involuntariamente. De acordo com os autores Guyton, Hall (2001) e Singi (2001), o tônus ocorre por impulsos nervosos originados nos fusos musculares, e através desta estimulação é que algumas fibras dos músculos permanecem contraídas. Para diversos pesquisadores fatores emocionais levam ao aumento do tônus muscular.
O tônus muscular pode ser definido como a resistência encontrada durante o estado de relaxamento voluntário (Bigongiari e cols. 2008).
Alterações do tônus muscular que formam o assoalho pélvico podem determinar o surgimento do vaginismo, anorgasmia, entre outras disfunções (Antonioli, Simões, 2010).
Uma musculatura sadia, tônica e contrátil permite melhor qualidade na sensibilidade vaginal, e esta é imprescindível para uma atividade sexual de qualidade (Chiarapa; Cacho; Alves, 2007).

Na prática fisioterapêutica observa-se que muitas mulheres iniciam sua prática sexual com aumento do tônus muscular dos MAP, isto ocorre geralmente quando esta mulher teve educação religiosa e/ou familiar muito rígida, abuso ou assédio sexual na infância ou adolescência, traumas locais, imagem corporal alterada, baixa autoestima, postura inadequada da pelve, hímen complascente, pós-parto vaginal, entre outros físicos e psicológicos.
O surgimento da hipertonia após algum tempo de prática sexual e sem queixas ou alteração no tônus ocorre por fatores emocionais e físicos. Alguns exemplos: problemas conjugais, de saúde (cândida de repetição, bartholinite, cistite, etc), fatores psicológicos, dor ou desconforto na penetração, entre outros.


A hipertonia ocasiona alteração do desejo sexual?
Na prática fisioterapêutica e na literatura observa-se que sim.
Em estudos realizados por Abdo et al. (2002) com 2.835 brasileiros de várias cidades, sendo que as mulheres eram 53% do total da amostra, observou que as principais disfunções sexuais femininas foram a ausência de orgasmo, com 29,3%, e a falta de desejo sexual teve índice de 34,6%. Visto que, para esses autores, a falta de desejo sexual é a disfunção mais comum nas mulheres, e sua prevalência aumenta de acordo com a idade.
Na prática verifica-se que a tensão dos MAP causam em alguns casos dor ou desconforto na penetração vaginal, causa diminuição ou ausência de lubrificação, enfraquecimento dos MAP, alteração de sensibilidade da vagina e às vezes da região de clitóris e ânus, DIMINUIÇÃO OU AUSÊNCIA DO DESEJO SEXUAL, e pode com o tempo ocorrer laceração muscular local. Visto que com a tensão muscular local ocorre alteração vascular e circulatória, onde os músculos tornam-se fracos e sem elasticidade. E pode surgir nódulos de tensão local.
Na maioria dos atendimentos de pacientes com vaginismo este se desenvolveu durante o relacionamento. Neste caso observa-se acentuada hipertonia muscular, sendo muitas vezes necessário várias sessões de fisioterapia. Nestes casos geralmente o casal tem uma frequência muito baixa de penetração sexual, ou até ausente por anos.
Diante destes quadros de disfunção sexual feminina, observou-se na busca de literatura que no tratamento fisioterapêutico  ocorre um aumento do desejo sexual, e este aumento favorece a melhora da excitação sexual. Desta forma, mulheres com disfunções orgásticas adquirem maior capacidade de obterem o orgamos (Etienne, Waitman, 2009).

A hipertonia interfere no orgasmo vaginal?
Sim, a hipertonia interfere no orgasmo vaginal. Mas depende também de outros fatores, como sua sexualidade, seu emocional, fatores físicos e conjugais, e o grau de hipertonia local (leve – moderado – grave).
            Quando os MAP estão com alteração de tônus (tensos ou flácidos) torna-se muito difícil para a mulher conseguir ter o orgasmo vaginal.

Figura - Músculos do Assoalho Pélvico - MAP

Fonte: Fabiane Dell` Antônio



domingo, 24 de junho de 2012

INCONTINÊNCIA URINÁRIA AOS ESFORÇOS

INCONTINÊNCIA URINÁRIA AOS ESFORÇOS

A incontinência urinária (IU) induzida pelo esforço é uma das causas mais comuns de perda involuntária de urina nos pacientes idosos do sexo feminino.
 A causa mais freqüente de IU de esforço é a hipermotilidade uretral decorrente da fraqueza do assoalho pélvico (músculos entre vagina/pênis e ânus)  ou consequente a procedimentos cirúrgicos. Assim como desnervação do assoalho pélvico,  radioterapia prévia, diminuição dos níveis estrogênicos e a procedimentos cirúrgicos.
Pacientes idosos do sexo masculino raramente apresentam IU de esforço. Quando isso ocorre, a principal causa é  radioterapia prévia ou procedimentos cirúrgicos, principalmente as prostatectomias, quer realizadas para doenças prostáticas benignas ou malignas.

O tratamento da IU de esforço depende da causa base, das condições clínicas
do paciente e da expectativa em relação aos resultados.

Atualmente existem 3 formas de abordagem terapêutica:
1-     Tratamento farmacológico;
2-   Tratamento conservador comportamental e fisioterápico;
3-     Tratamento cirúrgico.

             Fig.   Períneo masculino e feminino, região que abaixo da pele tem os músculos do assoalho pélvico.

Reis RB, Cologna AJ, Martins ACP, Tucci Jr S, Suaid HJ. Incontinência urinária no idoso. Acta Cir Bras [serial online] 2003 vol 18

                                                                      EXPERIÊNCIA PRÁTICA - NO CONSULTÓRIO

No consultório observa-se que as mulheres relatam perder urina nas atividades como: espirro, risadas, tosse, caminhar, mudança de posição e nos exercícios físicos.

É muito comum esta queixa em mulheres que tiveram mais de um parto vaginal, mulheres com sobrepeso, com história de doença respiratória, mulheres com muitos parceiros sexuais ou início precoce da atividade sexual, após a menopausa, fumantes, e mulheres que praticam muita atividade física de esforço, como corrida, jump, ciclismo, entre outras.

Oriento que exercítem os MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO (MAP)  para mantê-los fortes, assim como a necessidade de fortalecer a região abdominal.


Se você perde urina aos esforços provavelmente seus MAP estão fracos. Faça o teste: tente  segurar o "xixi" durante a micção. Caso não consiga interromper o fluxo é sinal de fraqueza local. Mas cuidado, isto é um teste, e não deve ser realizado com frequência.

Tente exercitar os MAP com contrações e relaxamento da vagina, desta forma:

Deitada com joelhos flexionados, contraia e relaxa a vagina, sem ajudar com abdômen, bumbum, pernas e quadril. Apenas os músculos da vagina. Faça 10 vezes, relaxe 30 segundos e repita mais 10 vezes. Pode ser realizado inicialmente 2 vezes ao dia - FASE INICIAL.

Este é um exercício inicial para fortalecer os MAP, mas existem outros que necessitam de maior força e coordenação muscular. Neste caso é necessário o acompanhamento do fisioterapeuta com especialização na área para avaliar e continuar a evolução.

Siga a posição da figura abaixo, colocando seus dedos ao redor da vagina e na contração sinta leve movimento muscular local.




 

 

 

 

 

 

  

     Exemplo de prática:

  No ano de 2010 atendi uma senhora viúva de mais de 70 anos que realizou uma avaliação para eu ver como estava sua musculatura íntima, visto que estava namorando um homem mais jovem e gostaria de melhorar sua sexualidade. Então na avaliação verifiquei com muita surpresa que a mesma apresentava uma força muscular da vagina surpreendente, muito boa!!! Relatei que ela estava ótima com sua musculatura, passei algumas dicas para ajudá-la a melhorar ainda mais sua vida sexual. Mas perguntei o que ela fez para ter uma musculatura tão forte, mesmo tendo mais de 3 filhos de parto vaginal, e ela me respondeu: "a única coisa boa que o traste do meu marido me ensinou foi de apertar e soltar a vagina".

Então o exercício ensinado acima  (exercícios de Kegel) funciona para melhorar a vida sexual da mulher. Faça regularmente e melhore sua vida sexual.
Fonte: Fabiane Dell` Antônio


sábado, 23 de junho de 2012

INCONTINÊNCIA URINÁRIA NO IDOSO

INCONTINÊNCIA URINÁRIA NO IDOSO

A Sociedade Internacional de Incontinência define incontinência urinária (IU) como a condição na qual a perda involuntária de urina é um problema social ou higiênico e é objetivamente demonstrada.
A IU é muitas vezes erroneamente interpretada como parte natural do envelhecimento. Alterações que comprometem o convívio social como vergonha, depressão e isolamento podem fazer parte do quadro clínico, causando grande transtorno aos pacientes e familiares.
A prevalência da incontinência  urinária no idoso varia de 8 a 34%.

A hiperplasia prostática benigna, que está presente em aproximadamente 50% dos homens aos 50 anos de idade, em metade dos quais causa obstrução ao fluxo urinário, e acarreta alterações significativas do trato urinário inferior, como a instabilidade do músculo detrusor.


CLASSIFICAÇÃO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA NO IDOSO



Para fins didáticos, adotaremos a seguinte subdivisão:

1. Noctúria
Levantar-se mais de uma vez por noite para urinar é  mais freqüente dos 50 anos em diante.
A prevalência de noctúria na população adulta é de cerca 26 a 66% a partir da quinta década e chegando a 55% nos homens com mais de 70 anos de idade.


2. Incontinência Urinária Transitória
O risco de incontinência urinária transitória aumenta com alterações patológicas como infeções, ingestão hídrica excessiva, constipação intestinal crônica, depressão e dificuldade para locomoção.
A IU transitória é caracterizada pela perda involuntária de urina, precipitada por insulto psicológico, medicamentoso ou orgânico, que cessa ou melhora após o controle do fator desencadeante.
A prevalência é de 35%  em idosos nos asilos.

3. Incontinência Urinária Persistente
O termo IU persistente deve ser empregado quando a perda involuntária de urina não é causada por nenhuma comorbidade existente, não é decorrente do efeito colateral de alguma droga e persiste por pelo menos 3meses.

Existem 3 tipos: a - Urge-incontinência; b - IU relacionada ao esvaziamento vesical inadequado; c - IU de esforço – ESTA É A MAIS COMUM!!!



FONTE: Reis RB, Cologna AJ, Martins ACP, Tucci Jr S, Suaid HJ. Incontinência urinária no idoso. Acta Cir Bras [serial online] 2003 vol 18.

1. Noctúria
2. Incontinência urinária transitória
3. Incontinência urinária persistente