sábado, 14 de abril de 2012

DOR NA RELAÇÃO SEXUAL

Muitas mulheres que chegam no consultório por indicações de amigos e outras pacientes com queixa de dor na relação sexual (dispareunia), dizem que não contaram ao seu médico ginecologista.
Recomendo contar, pois o ginecologista através da queixa de dor irá fazer exames e observações para diagnosticar doenças e disfunções que causam esta queixa, como:
1- Se a dor for sentida na entrada da vagina, região superficial, esta pode ser causada por vulvovaginite, herpes genital, uretrite, atrofia vulvovaginal, episiotomia, radioterapia local e traumas sexuais.
2- Se a dor for sentida mais na região profunda da vagina pode ser causada por doença inflamatória pélvica, fibromialgia, cirurgia abdominal, aderência pós-operatória, endometriose, tumores pélvicos e genitais, e sintomas do trato urinário, como infecções do trato urinário, cistite intersticial e cisto de ovário.

A fisioterapia atua quando há aumento da tensão (hipertonia) dos músculos do assoalho pélvico, visto que esta tensão causa dor na penetração.
Existem outras disfunções que causam dor na penetração e que a fisioterapia atua, são elas: cicatrizes e aderências pós-parto e pós-cirurgia, contratura muscular local, nódulos de tensão, varizes, hipersensibilidade, etc.
A dor na relação sexual com o tempo pode ocasionar diminuição do desejo sexual e excitação, assim como anorgasmia.      
E algumas vezes pode evoluir para o vaginismo (dificuldade ou impossibilidade de penetração).

Fonte: Henscher, 2007; Rosenbaum, 2007.      Fabiane Dell` Antônio


DESEJO SEXUAL FEMININO

PRÁTICA  PROFISSIONAL – Relato de Caso

Relato de caso: a paciente identificada por “gérbera amarela”, 38 anos, casada e feliz no casamento, ama seu marido e relata que o sexo sempre foi muito satisfatório entre o casal. É casada há mais de 10 anos,  não toma medicamentos, faz atividade física regular, e boa condição física e emocional.
Sua queixa inicial foi ausência de desejo sexual.
A mesma procurou seu médico ginecologista devido a esta queixa, e este disse que é normal para a idade.
Na avaliação expliquei que não é normal para a sua idade, e que deve ter algum fator físico ou emocional que está causando esta disfunção. A mesma relatou que às vezes sente dor na penetração, diminuição de lubrificação, e não está sentindo prazer sexual. Esta queixa surgiu há uns 4 meses.
No exame  físico dos músculos do assoalho pélvico (MAP) identificou-se leve hipertonia muscular, o que explica a alteração de lubrificação e dor na penetração, já que a musculatura está tensa, não saudável.
No final da sessão ela relatou que seu marido estava apresentando há alguns meses disfunção de ereção (DE). E isto estava deixando-a desconfiada do seu sentimento para com ela, sentindo-se não desejada, e até medo que ele a estava traindo.  
Tratamento: orientei para a mesma fazer exercícios com a vagina para soltar a musculatura que já está pouco tensa (hipertonia), expliquei porque provavelmente estava acontecendo a DE com seu marido, e como ocorre esta disfunção masculina. Sugeri que o marido procurasse um médico Urologista, e que mudasse seu estilo de vida, para deste modo diminuir com o estresse e com fatores predisponentes da DE. Expliquei que os sintomas que ela estava sentindo eram consequência da DE do marido.
Conclui-se que muitas vezes a mulher insconscientemente contrai a musculatura da vagina para evitar sofrimento físico e emocional. Esta contração contínua e prolongada causa alteração no tônus, neste caso aumentou, gerando uma tensão local.  No caso desta paciente, o sentimento de não ser desejada e não ser “competente” o bastante para o marido manter a ereção e ter prazer fez com que ela “fechasse” a vagina, já que ali é a porta de sua frustação momentânea. Uma negação do problema!!!
A falta de diálogo entre o casal e o desconhecimento da sexualidade humana causa consequências graves da felicidade individual e conjugal.



                       DESEJO SEXUAL

Em estudos realizados por Abdo et al. (2002) com 2.835 brasileiros de várias cidades, sendo que as mulheres eram 53% do total da amostra, observou que as principais disfunções sexuais femininas foram a ausência de orgasmo, com 29,3%, e a falta de desejo sexual teve índice de 34,6%. Visto que, para esses autores, a falta de desejo sexual é a disfunção mais comum nas mulheres, e sua prevalência aumenta de acordo com a idade.

A resposta sexual normal na mulher é mediada por interação de fatores ambientais, psicológicos e fisiológicos. O desejo é a fase inicial da resposta sexual, e isto pode ocorrer quando a mulher recebe estímulos sexuais. Este processo pode ser gratificante, traduzindo-se em excitação sexual. Para estes autores, o desejo sexual configura o início da resposta sexual, este surge por um impulso vindo de centros específicos do cérebro, e como consequência, inicia-se a excitação e lubrificação vaginal. Os processos fisiológicos normais de excitação sexual podem ser modificados por alterações vasculares, neurológicas, entre outros (Antoniole, Simões, 2010).

Para Basson (2001), as mulheres que estão em relacionamentos de longo tempo aceitam iniciar atividade sexual por maior proximidade emocional com o parceiro, por sentirem-se mais atraídas, por compreender e satisfazer seu próprio senso de interesse e necessidade.

No estudo realizado por Abdo et al. (2002) observou-se que as disfunções sexuais femininas estão fortemente associadas a problemas psicossociais e com dificuldades nos relacionamentos conjugais. Sendo que os brasileiros valorizam o carinho e afeto como fatores importantes da atividade sexual, vinculando esta atividade à presença de elementos afetivos.

Sobre a alteração do desejo sexual, autores relatam que a dor na relação sexual vem da insatisfação, e esta está relacionada com a falta de orgasmo. Este transtorno orgásmico causa diminuição da frequência sexual, dor na relação e diminuição da comunicação entre o casal. Entretanto, esta falta de comunicação pode ocasionar diminuição do desejo, diminuir a frequência e causar a dor, tornando um ciclo (Amidu et al., 2010).

          Texto: Fabiane Dell` Antônio - monografia de sua autoria, intitulada: A fisioterapia no tratamento de mulheres com dispareunia por hipertonia dos músculos do assoalho pélvico: relato de 3 casos (2011).

sexta-feira, 13 de abril de 2012

FUNÇÃO DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO (MAP)

     Suportam os órgãos pélvicos (bexiga, útero etc), estabilizam o sacro e o cóccix, assim como o tronco inferior, oferecendo desse modo suporte à postura, estabilização pélvica e resistência a súbitas elevações da pressão intra-abdominal (ex: tosse, espirro). Além de controlar os esfíncteres para manter a continência, estes músculos possuem participação no desempenho e prazer nas atividades sexuais, assim como a função de “suporte” durante a gestação e o parto.  
     Uma musculatura sadia, tônica e contrátil permite melhor qualidade na sensibilidade vaginal, e esta é imprescindível para uma atividade sexual de qualidade e com prazer e satisfação (Chiarapa; Cacho; Alves, 2007).
     O Fisioterapeuta com Especialização na área de Uroginecologia ou Sexualidade tem a habilidade e conhecimento para tratar os MAP.
     Estudos desenvolvidos por Abdo (2002)  sobre a vida sexual do brasileiro, realizado com 3.148 mulheres em dezoito cidades brasileiras observaram que 50,9% delas tem alguma disfunção sexual.


Região do Períneo:         Períneo  Masculino        e          Feminino





Músculos do Assoalho Pélvico Feminino




MAP durante o parto normal

(Henscher, 2007). 
RESPOSTA SEXUAL NORMAL - SEXUALIDADE FEMININA

Moreno (2009) menciona que há algumas situações que podem prejudicar a resposta sexual normal, como algumas doenças agudas ou crônicas, medicamentos, tabagismo e etilismo, anomalias genéticas ou congênitas, traumas físicos e sequelas cirúrgicas.
Ferreira, Souza, Amorim (2007) comentam que  a resposta sexual é composta pela interação de fatores psicossociais, físicos e familiares, e estes compõem-se de quatro fases (desejo, excitação, orgasmo e resolução). A interrupção, por vários fatores, em uma ou mais destas fases determinam disfunção sexual.
Em pesquisa bibliográfica, os autores Antonioli, Simões (2010) identificaram  como fatores necessários de serem abordados durante o diagnóstico e tratamento de disfunção sexual feminina, os emocionais negativos, imagem corporal inadequada, experiências sexuais traumáticas, insegurança no desempenho sexual, relação sexual com dor ou história de abuso sexual, fatores educacionais e culturais, desinformação sobre sexualidade, ortodoxia religiosa e conflitos com o parceiro.
A importância da  saúde sexual para a qualidade de vida está sendo reconhecida nos útimos anos. Deste modo, a disfunção sexual pode causar efeitos danosos sobre a autoestima da mulher e seus relacionamentos. Diante deste pensamento, Franceschet, Sacomori, Cardoso (2009) observaram que há associação significativa entre disfunção sexual e sentimentos de insatisfação física e emocional, assim como redução do bem estar destas mulheres.
                                   
Os fatores culturais relacionados à formação do esquema corporal são diversos, envolve desde a educação recebida e hábitos familiares, tipo de sociedade,  influência religiosa e possivelmente o nível de escolaridade. Esses fatores são ainda mais marcantes quando se remetem ao conhecimento e à percepção da região pélvica, visto que o tema sexualidade ainda é imerso em tabus e preconceitos (Maia et al, 1993).

     Texto: Fabiane Dell` Antônio - monografia de sua autoria, intitulada: A fisioterapia no tratamento de mulheres com dispareunia por hipertonia dos músculos do assoalho pélvico: relato de 3 casos (2011).

CONSULTORIA EM SEXUALIDADE - Atendimento fisioterapêutico

     A consultoria em Sexualidade feminina ou masculina ocorre através de uma avaliação individual  ou com o casal, esta é realizada no consultório, onde são relatadas as queixas e sintomas de disfunções sexuais vivenciadas pelo paciente e/ou seu parceiro (a).
     Após a identificação do problema, realiza-se orientações direcionadas ao paciente e ao casal, e se houver necessidade inicia-se um tratamento fisioterapêutico dos músculos íntimos (músculos do assoalho pélvico), orientações sobre anatomia local, como ocorre a estimulação e excitação sexual, meios favoráveis para a obtenção do prazer, posições indicadas para cada tipo de anatomia (vagina e pênis), indicação de produtos de sex shop que auxiliam no prazer e autoconhecimento, e exercícios que podem ser realizados para melhorar a satisfação sexual, tratar disfunções e previnir problemas futuros na área sexual.
    
     Agende uma avaliação de Consultoria em Sexualidade pelos fones: (47) 3363-0227  cel. (47) 9932-5817  -  Rua Rouxinol, 148.  Bairro Ariribá, Balneário Camboriú – SC.

   
            Dra. Fabiane Dell` Antônio

Mestrado em Ciências da Saúde Humana - UnC/SC
Especialização em Sexualidade Humana - USP/SP
Especialização em Fisioterapia em Uroginecologia - CBES/PR
Especialização em Neuropsicologia e Aprendizado - PUC/PR 



 PALESTRAS SOBRE SEXUALIDADE HUMANA

          Dra. Fabiane Dell` Antônio

         Realiza-se palestras em SEXUALIDADE HUMANA desde 2009, sendo proferidas em Universidades, Eventos, Encontros, Jornadas e particulares.


         Abaixo alguns temas abordados em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

- Saúde sexual da mulher.
- Sexualidade Humana Feminina: a busca da qualidade de vida sexual.  
- Sexualidade Feminina – a busca do autoconhecimento.
- Sexualidade Humana – qualidade de vida para homens e mulheres.
- A busca da alta autoestima – através da sexualidade.
- A busca da alta autoestima através do aprendizado da sexualidade.



 

         Dra. Fabiane Dell` Antônio    -   Fisioterapeuta (Crefito: 22.329-F)  
  contato: fabianedell@gmail.com          Fones: (47) 3363-0227     cel. (47) 9932-5817

         Mestre: Ciências da Saúde Humana - UnC/SC
         Especialização em Sexualidade Humana - USP/SP
         Especialização em Fisioterapia em Ginecologia - CBES/PR
         Especialização em Neuropsicologia e Aprendizagem - PUC/PR
INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM MULHERES, HOMENS E CRIANÇAS
    
     Incontinência Urinária (IU) é definida como qualquer perda involuntária de urina pelo meato uretal - ICS. Pesquisas mostram que 50% das mulheres têm perdas urinárias aos esforços, 10% têm perdas ocasionais e apenas 3% buscam ajuda.
     Nos homens o índice é de 7% a 8%, e destes são os que se submeteram a cirurgia da próstata; 15% das crianças perdem urina por má formação da bexiga, a conhecida bexiga hiperativa.
Afeta mais os meninos.
     Fatores que contribuem: fumo, café, chás, obesidade, bebidas alcoólicas, alimentos gordurosos, chocolate, pimenta, exercícios físicos rigorosos e deficiência de estrogênio (menopausa).
Nas crianças acima de 5 anos (período em que ocorre o amadurecimento vesical) considera-se como causa física a instabilidade vesical e imaturidade muscular. Já como fator emocional é a insegurança desta criança. Além de outros fatores, como alimentação e atividades diárias.
    Fisioterapeuta Fabiane Dell` Antônio     
DISFUNÇÃO DE EREÇÃO MASCULINA

       A disfunção de Ereção (DE) é incapacidade de obter e/ou manter ereção adequada até a conclusão da atividade sexual. Estudos realizados por Abdo (2006) mostram que a DE nos homens brasileiros acima de 40 anos é de 45%, sendo que apenas 12% buscam ajuda de profissionais da saúde capacitados em Sexologia.
       Os fatores de risco são: maus hábitos de vida (sedentarismo, obesidade, tabagismo, alcoolismo, estresse e uso de drogas ilícitas), fatores psicossociais, conflitos de relacionamento, dificuldades econômicas e questões culturais, doenças de natureza neurológica, vascular, hormonal, respiratória, renal e hepática, efeitos adversos de medicamentos, cirurgias (ex. prostatectomia) e traumas locais.
O Fisioterapeuta especializado em Sexologia faz tratamento e orientações para que você tenha uma vida sexual saudável.



DISFUNÇÕES SEXUAIS FEMININAS - dor na relação e dificuldade ou impossibilidade de penetração
           
     Há muitas mulheres jovens que procuram a Fisioterapia por apresentarem desconforto ou dor na relação sexual, e observa-se na avaliação que estas apresentam hipertonia nos músculos do assoalho pélvico, conhecido como região do períneo. Estes músculos que compõem a vagina estão tensos, com má circulação, nutrição e flexibilidade, muitas vezes apresentam nódulos de tensão local. Isto ocasiona para a mulher alteração significativa na sensibilidade da vagina, diminuindo sua sensibilidade durante o sexo, ocasionando desconforto ou dor na relação ou após, diminuição ou ausência do desejo  e da lubrificação, dificuldade ou ausência de orgasmo, e com o passar do tempo pode ocorrer vaginismo (impossibilidade ou grande dificuldade de penetração).

      O vaginismo geralmente ocorre após um período prolongado de hipertonia muscular, onde a mulher mantém relações sexuais com desconforto ou dor, e por consequência reflexa e inconsciente, ela fecha o orifício da vagina. Há muitas mulheres que deixam de manter relações sexuais com seus parceiros devido a impossibilidade de penetração, e que infelizmente não procuram ajuda de profissionais especializados.
      Através da literatura e da prática de consultório, observa-se os seguintes motivos que podem provocar tensão nestes músculos: educação familiar muito rígida, educação religiosa, assédio ou abuso sexual, conflitos em relação ao papel de mulher, traição, má postura, falta de lubrificação vaginal, penetração com dor, entre outras situações.
      A fisioterapia trata a hipertonia dos músculos do assoalho pélvico e o vaginismo, através de exercícios, massagens, orientações de anatomia e posturas para o ato sexual, eletroestimulação e biofeedback.

       Fisioterapeuta Fabiane Dell` Antônio